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Data: 31 de janeiro, 2017Imprimir

“Se continuar chovendo abaixo da média e sem revitalização é bem provável que o Rio São Francisco tenha interrompido o seu trafego por assoreamento e baixa vazão já em 2018. Daí de nada vai adiantar a transposição”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. Ele critica a falta de investimentos do governo federal na recuperação do Velho Chico.

O senador defende uma ação rápida e urgente do presidente Michel Temer para ajudar a salvar o rio da morte. “Ou se toma uma decisão rápida e isto está nas mãos do presidente da República ou o rio morre. O presidente já deveria ter publicado um decreto de situação de emergência na bacia do rio para alocar recursos imediatos e fazer a dragagem e reflorestamento das matas ciliares”, afirmou.

Otto Alencar propõe a união dos 27 senadores do Nordeste para salvar o rio e pressionar o governo federal a liberar recursos destinados a revitalização.

Em agosto do ano passado foi lançado pelo governo federal o plano O Novo Chico, com a pretensão de engrenar a revitalização. Das 17 ações elaboradas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para finalmente recuperar o rio da integração nacional, no entanto, apenas as relativas a vistorias e monitoramento serão implantadas neste ano, de acordo com a pasta.

No próximo dia 3, comemora-se o Dia da Navegação no São Francisco. “Não se tem nada para celebrar nesta data. “Tanto descaso ao longo de tantos anos com o rio não há o que comemora”, disse Otto Alencar.

Segundo o senador, o rio está com as nascentes e afluentes assoreados e recebendo 27 milhões de toneladas /ano de areia, argila e sedimentos de terra levados pela chuva. “Se este assoreamento continuar vai obstruir toda a calha do rio”, salientou.

Dados mostram que a barragem de Sobradinho, depois das chuvas, encontra-se com 10,61% de volume útil e com vazão de 750 metros cúbicos por segundo. A barragem de Três Marias, com 28,06% de volume útil e Itaparica com 19,55%. “A vazão de Itaparica é maior, mas está perdendo água. A produção de água está diminuindo e o consumo aumentando”, explicou.
Os alertas de Otto Alencar para salvar o rio são feitos há mais de dez anos. Nos dois últimos anos, desde que chegou ao Senado Federal, ele tem cobrado constantemente a revitalização.

“Tenho convicção que a situação grave do rio não aconteceu agora. Essa situação vem de muitos anos. Começou a se falar deste assunto na década de 80, quando o rio perdeu a sua profundidade. De lá para cá, nenhum governo fez nada”, disse.

Segundo Otto Alencar, sem revitalizar o rio a transposição não vai conseguir beneficiar os estados receptores das águas – Paraíba, parte de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. “Nunca fomos contra a transposição, mas estamos vendo o rio perecer, morrer, por falta dos investimentos. Não vai chegar água para os estados receptores se não houver revitalização. Com o rio morto não tem o que transpor”, afirmou.

O senador lembra que alocou recursos de R$ 300 milhões para recuperação do rio, neste ano, por meio de emenda da Comissão de Meio Ambiente do Senado, mas o valor não foi acatado no Orçamento da União.

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